Doença tem índice maior no RS, Estado que registra a maior
longevidade. O paradoxo tem explicação
Bebida típica do Rio Grande do Sul, o chimarrão tem sido aliado dos gaúchos
no combate ao colesterol alto. Esse problema atinge 24% da
população,enquanto no restante do país o índice fica em torno de 22%. Em
contrapartida, o Estado registra a maior longevidade no país. Chamada de
paradoxo gaúcho pelos médicos, a questão esteve entre os assuntos discutidos
no 60º Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), encerrado
ontem em Porto Alegre.
De acordo com o presidente do evento, Iran Castro, uma das justificativas
para essa contradição estaria no grande consumo de chimarrão e na
alimentação com influência da imigração italiana, que utiliza muito óleo de
oliva e vegetais. “O chimarrão tem poder antioxidante maior que o do chá
verde”, argumentou Castro.
No RS, 52% das mortes têm origem em problemas cardiovasculares. Mesmo com
aliados na alimentação, Castro destacou que os gaúchos precisam diminuir a
quantidade de gordura ingerida, em especial na carne, e mudar a forma de
preparo. Há, também, necessidade de reduzir o sal usado na alimentação e
praticar mais exercícios físicos, já que o sedentarismo está associado a
outros problemas, entre eles a hipertensão.
Devido a características geográficas e históricas parecidas entre Brasil
e Argentina, os problemas
cardíacos também se assemelham, principalmente se a comparação envolver o
Rio Grande do Sul. Essa avaliação foi feita pelo presidente da Sociedade de
Cardiologia daquele país, Daniel Piñero. Na Argentina, a cada três pessoas,
uma morre em função de problemas cardiovasculares. “Esse tipo de problema
vem aumentando entre as mulheres em função das mudanças nos hábitos e muitas
vezes é subdiagnosticado”, avaliou.
Uma das novidades do 60º Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia
foi o lançamento do Consultório Digital, um sistema de informática que
permite aos médicos o acesso às informações
sobre os pacientes pela Internet ou por meio de um palm top. O mecanismo
abrange desde a marcação de consultas até o controle dos pacientes, de
acordo com o idealizador e gerente de Tecnologia da SBC, Orlando Castro.
Fonte: Correio do Povo - 22/09/2005
mais notícias...