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COMEÇA EM PORTO ALEGRE O MAIOR EVENTO DE CARDIOLOGIA DO BRASIL
Começa nesse domingo, dia 18, no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre, o 60º Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o maior evento do setor, que traz ao Rio Grande do Sul mais de 4.000 especialistas do Brasil e de outros países, com destaque para 31 conferencistas dos Estados Unidos, Itália, França, Canadá, Venezuela, Portugal e Argentina, todos eles mundialmente famosos por suas pesquisas e conhecimento sobre as moléstias que afetam o coração.
O presidente do Congresso, Iran Castro, explica que o coração mata a cada ano 300 mil brasileiros e que a maior parte dessas mortes é evitável, à luz dos modernos avanços da Cardiologia e da prevenção dos fatores de risco. Por isso mesmo o Congresso deste ano não é um evento fechado e exclusivo para médicos, mas inclui um importante fórum de Nutrição em Cardiologia, outro de Fisioterapia em Cardiologia, pois ao contrário do que ocorria há alguns anos, o exercício físico, supervisionado, é essencial até para o infartado. Haverá também um fórum de Psicologia em cardiologia e outro de Enfermagem.
O médico destaca ainda duas características especiais deste Congresso: os "highlights", sessões especiais onde será resumido o "estado da arte" de cada setor da Cardiologia, isto é, onde o médico poderá receber numa única sessão todos os dados sobre pesquisas e evoluções recentes de temas como Cirurgia Cardíaca, Hipertensão ou Cardiologia Pediátrica, setor muito desenvolvido nos últimos anos especialmente no Rio Grande do Sul, onde cirurgias cardíacas tem sido realizadas em fetos que ainda não nasceram, durante a gestação.
A segunda característica do Congresso é a valorização da Cardiologia brasileira pois, "apesar da presença de muitos especialistas internacionais, que valorizam o evento, uma grande parte da evolução recente da Cardiologia se deve a pesquisas brasileiras, que tornam a especialidade uma das mais evoluídas em nosso País", garante Iran Castro. Para ele, o Brasil nada fica a dever no setor no que respeita à capacitação de seus profissionais. "O que falta ainda, é garantir o acesso de maior parcela da população aos benefícios da Cardiologia".
É justamente por isso que a SBC insiste tanto na divulgação dos fatores de risco para o coração, colesterol elevado, sedentarismo, fumo, estresse, hipertensão, etc. O médico alerta que justamente por causa disso a entidade maior da Cardiologia acaba de preparar o "Atlas Corações do Brasil", que será distribuído à mídia durante o Congresso e que, com base numa pesquisa de dois anos, realizada em 72 cidades brasileiras, mostra em detalhes os fatores de risco mais presentes, em cada região.
A conferência de abertura do presidente da SBC, Antonio Felipe Simão, será justamente sobre os dados levantados na pesquisa de que resultou o "Atlas". Nele se vê que nos 3 Estados do Sul, por exemplo, a hipertensão foi encontrada em 30,4% da população estudada, enquanto o índice de colesterol elevado é o maior do Brasil, 24,3%, chegando a alarmantes 36,4% na população acima de 54 anos.
No que se refere ao fumo, o trabalho mostra que 25,2% dos brasileiros dos estados do Sul ainda fumam mas, 22,7% informaram aos pesquisadores que já fumaram no passado, mas venceram o vício. O estudo mostrou também que 15% dos homens do Sul do Brasil tem mais de 102 centímetros de cintura, um dos indicativos de que a pessoa com essa característica está sujeita a risco de infarto. Entre as mulheres, que não devem ter circunferência abdominal acima de 88 cm, o índice também é um alerta, 21% delas ultrapassam esse limite. Outro dado importante diz respeito ao sedentarismo, e embora os Estados do Sul tenham o melhor índice do Brasil, onde 83% da população não se exercita, 77,4% dos gaúchos, catarinenses e paranaenses reconhecem que não praticam atividade física.
Para os médicos, mudar esses hábitos não é difícil e especialistas de todos os países estão envolvidos na campanha por pequenas modificações nos hábitos alimentares, abandonar o fumo e meia hora de exercícios por dia que podem reduzir drasticamente as mortes por doenças cardiovasculares que, em 2002 mataram 16,7 milhões pessoas no mundo inteiro, 7,2 milhões apenas devido ao infarto, segundo os dados da Organização Mundial da Saúde.
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