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Critérios apropriados para a revascularização miocárdica - Palestra de Abertura do Dr. David Holmes:/
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  Foi oficialmente aberto hoje o 67o Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em Recife. Depois de uma sessão emocionante, na qual o atual presidade da SBC, Dr. Jadelson de Andrade, prestou justas homenagens aos ex-presidentes da Sociedade presentes na solenidade, seguiu-se a entrega de prêmios de destaque a cardiologistas que se destacaram em toda a sua carreira na área acadêmica, científica, comunitária e associativa.
  A palestra de abertura do evento coube então ao Dr. David Holmes, ex-presidente do American College of Cardiology e médico da Mayo Clinic, em Rochester, EUA. O Dr. Holmes falou sobre os critérios apropriados para a revascularização miocárdica. Em suas considerações iniciais, lembrou aos presentes que nem tudo que envolve aplicação de procedimentos e novas tecnologias é previsível. Também reforçou o conceito da palavra "apropriada", onde a decisão deve ser igualmente equilibrada em termos de prover benefício com o mínimo de riscos. "A decisão deve ser "apropriada" para o paciente, para o clínico, para o intervencionista, e para o cirurgião" - disse o Dr. Holmes, reforçando o conceito emergente de Heart Team.
  Baseado ainda nas mais recentes publicações, resumiu algumas das indicações atuais, e como ainda estamos avançando nesse campo, combinando as mais recentes tecnologias (como o FFR - Fractional Flow Reserve), ferramentas de tomada de decisão (SYNTAX score), e ainda experiências de mundo real (como o registro ASCERT). Algumas das recomendações (vide referência de apoio abaixo) podem ser resumidas a seguir:  

1. Em geral, a revascularização coronária para os pacientes com síndromes coronarianas agudas e combinações de sintomas significativos e/ou isquemia é apropriada. Em contraste, a revascularização de pacientes assintomáticos ou pacientes com resultados dos testes não-invasivos negativos ou de baixo risco e terapia médica mínima são vistos de forma menos favorável.

2. Nos casos de infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMESST) ≤ 12 horas do início dos sintomas, a revascularização da artéria culpada é classificada como adequada. A revascularização da artéria não relacionada ao infarto durante a mesma hospitalização em pacientes assintomáticos, sem insuficiência cardíaca, sem isquemia provocada ou recorrente, e sem arritmias ventriculares instáveis é considerada inapropriada.

3. Para pacientes com infarto agudo do miocárdio (com ou sem supra de ST) e evidência de choque cardiogênico, a revascularização de uma ou mais artérias coronárias é apropriada.

4. É considerada inadequada a revascularização de pacientes assintomáticos com DAC uni ou biarterial sem envolvimento proximal de DA e sem nenhum teste não-invasivo realizado.

5. A intervenção coronária percutânea (ICP) é classificada como apropriada em pacientes com DAC biarterial com envolvimento proximal da artéria descendente anterior (DA) e em pacientes com triarteriais com uma carga baixa de DAC (lesões focais, ausência de vasos totalmente ocluídos, escore SYNTAX baixo).

6. ICP é considerada inadequada para lesão de tronco de coronária esquerda e DAC adicional com carga intermediária a alta (por exemplo, múltiplas lesões complexas, presença de vaso totalmente ocluído cronicamente, escore SYNTAX elevado). Nestes casos, a melhor indicação é a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). Também é incerto o benefício da ICP para DAC triarterial com lesões múltiplas e complexas, assim como a indicação de ICP para estenose isolada de tronco de coronária esquerda. Em todos estes cenários descritos acima, a opção por cirurgia de revascularização  foi classificada como adequada.

7. Deve-se notar que as indicações "INCERTAS", na verdade, exigem julgamento clínico individualizado pelo médico, para melhor determinar a utilidade de revascularização em casos específicos.

8. É encorajada a interação colaborativa de cardiologistas clínicos, intervencionistas e cirurgiões cardíacos, na forma de uma abordagem multiprofissional para as decisões de revascularização em casos de pacientes ou anatomia coronariana complexos.

Referência: ACCF/SCAI/STS/AATS/AHA/ASNC/HFSA/SCCT 2012 Appropriate Use Criteria for Coronary Revascularization Focused Update. J Am Coll Cardiol 2012;Jan 30:[Epub ahead of print].  

 

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