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HPS2-THRIVE: O papel da niacina na prevenção de eventos vasculares isquêmicos.
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Autor: Dr. Bruno Paolino

Resumo: A Dra. Jane Armitage, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, apresentou os resultados do estudo HPS2-THRIVE, um ensaio clínico randomizado placebo-controlado com mais de 25 mil indivíduos que testou a niacina de liberação prolongada na prevenção de eventos arteriais isquêmicos. Neste estudo, os pacientes com história prévia de doença vascular oclusiva tratados com niacina tiveram maiores taxas de efeitos adversos graves e não tiveram benefícios na redução do risco de eventos isquêmicos, quando comparados ao placebo.

Introdução: A niacina aumenta os níveis de HDL-colesterol e reduz os de LDL-colesterol e triglicerídeos, mas a taxa de efeitos colaterais pela liberação de prostaglandinas – principalmente o rubor facial – dificulta bastante a aderência ao tratamento. O uso do lorapipranto, um antagonista DP1 da prostaglandina, no entanto, pode diminuir os efeitos colaterais da niacina. O uso da niacina na prevenção de eventos cardiovasculares se mantem controversa, uma vez que não há dados robustos quanto ao benefício e a segurança da mesma.

Objetivos:  Avaliar a segurança e eficácia da niacina na prevenção da doença cardiovascular.

Metodologia: O estudo HPS2-THRIVE foi um ensaio clínico randomizado que incluiu 25673 indivíduos em 245 centros de 6 países. Foram incluídos pacientes entre 50 e 80 anos com história prévia de infarto agudo do miocárdio, AVC isquêmico, acidente isquêmico transitório ou diabetes com doença arterial coronariana que foram previamente tratados com sinvastatina 40mg/dia associada ou não à ezetimiba, para atingir uma colesterolemia total de 135mg/dL, e com niacina/lorapipranto 2000/40mg/dia por 1 mês, para avaliar a tolerância à droga. Os critérios de exclusão foram contraindicação ou intolerância à niacina, doença hepática, renal ou muscular.

Os pacientes foram randomizados para receber diariamente 2g de niacina de liberação lenta e 40mg de lorapipranto ou placebo, além da terapia prévia de estatina. O desfecho primário do estudo foi o composto de infarto não-fatal, AVC ou qualquer necessidade de revascularização arterial. Os desfechos secundários foram os componentes isolados do desfecho primário e a mortalidade geral. Os desfechos de segurança foram a aderência e os efeitos adversos graves.

Resultados: Os pacientes tinham, no momento da randomização, média de idade de 64,9 anos e foram seguidos por um mediana de 3,9 anos. O desfecho primário foi atingido em 1696 (13,2%) e 1758 (13,7%) dos pacientes nos grupos niacina e placebo, respectivamente (RR 0,96; IC 95% 0,90-1,03; p=0,29). Quando se observa os desfechos secundários, não houve diferença significativa na taxa de eventos coronários (RR 0,96; IC 95% 0,87-1,07; p=0,51) e AVC (RR 1,00; IC 95% 0,88-1,13; p=0,56). Apenas a taxa de revascularização foi menor no grupo que utilizou a niacina (RR 0,90; IC 95% 0,82-0,99; p=0,03).

Em relação aos desfechos de segurança, o uso da niacina foi associada a uma maior taxa de eventos adversos graves gastrintestinais (RR 1,28; IC 95% 1,13-1,44; p <0,0001), musculoesqueléticos (RR 1,26; IC 95% 1,10-1,44; p= 0,0008), tegumentares (RR 1,67; IC 95% 1,20-2,34; p= 0,0026) e infecciosos (RR 1,22; IC 95% 1,12-1,34; p <0,0001), à maior taxa de sangramentos (RR 1,38; IC 95% 1,17-1,62; p= 0,0002), de complicacões relacionadas à diabetes (RR 1,55; IC 95% 1,34-1,78; p <0,0001) e de novos diagnósticos de diabetes (RR 1,27; IC 95% 1,14-1,41; p <0,0001).

Conclusão: A niacina, apesar de ser eficaz no aumento do HDL e na queda dos níveis de LDL, não demonstrou benefício na prevenção cardiovascular e foi associada a maiores taxas de eventos adversos graves. Desta forma, o uso da droga deve ser proscrita.

Perspectivas: Este estudo muito bem conduzido demonstra, com robustez, a ausência de benefícios e o aumento de eventos adversos da niacina na prevenção de doenças cardiovasculares. Por ter 25 mil pacientes, o HPS2-THRIVE consegue ter poder estatístico inequívoco para testar um possível benefício da droga, após as críticas feitas ao estudo AIM-HIGH, que testou a mesma hipótese, mas com uma população de “apenas” 3414 indivíduos. Além disso, o estudo demonstra que os efeitos colaterais da droga ultrapassam o rubor facial, que foram atenuadas pelo lorapipranto.

Os resultados do HPS2-THRIVE, além de jogar por terra o uso da niacina na prevenção cardiovascular, deixa dúvida da melhor interpretação do HDL baixo para o cardiologista. Até o momento, os estudos que avaliaram terapias para aumentar as taxas de HDL não se traduziram em benefício clínico, e talvez, o HDL tenha de ser visto como um marcador de risco e não um alvo terapêutico. 

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