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POISE-2: AAS na cirurgia não cardíaca não previne complicações vasculares e aumenta o sangramento.

Autor: Dr. Bruno Paolino.

A manutenção do ácido acetilsalicílico (AAS) no período perioperatório de cirurgias não cardíacas tem gerado muita controvérsia entre clínicos e cirurgiões, uma vez que existem evidências robustas de diminuição da taxa de trombose perioperatória e aumento dos sangramentos associado ao seu uso. Além disso, é crescente a prevalência de pacientes submetidos à cirurgia não cardíaca em uso de AAS, dando mais destaque à polêmica. O estudo POISE-2 avaliou a eficácia e a segurança do AAS em reduzir eventos vasculares arteriais e venosos no contexto da cirurgia não cardíaca.

Para atingir este objetivo, o estudo POISE-2 incluiu 10010 pacientes em um ensaio clínico randomizado, multicêntrico e placebo controlado realizado em 135 centros de 23 países do mundo. Os pacientes incluídos no estudo tinham idade acima de 45 anos, indicação de cirurgia não cardíaca e algum risco de complicação vascular. Dois estratos de pacientes foram criados: o estrato Início, com pacientes virgens de tratamento com AAS (n=5628), e o estrato Continuação, em que os pacientes já estavam em uso da medicação (n=4383). Os indivíduos foram randomizados para se submeterem a cirurgias não cardíacas com AAS ou placebo. O AAS foi dado na dose de 200mg pouco antes da cirurgia e mantido por 30 dias no grupo Início ou administrado na dose de 100mg/dia por 7 dias no estrato Continuação. O desfecho primário do estudo foi a combinação de morte e infarto (IAM) não fatal em 30 dias. Foram desfechos secundários o composto de morte, IAM e acidente vascular cerebral (AVC) e o composto de morte, IAM, AVC, embolia pulmonar (TEP) e trombose venosa profunda (TVP). Como desfechos de segurança, foram comparadas as taxas isoladas de insuficiência renal aguda (IRA) ou diálise, sangramentos maiores e sangramentos ameaçadores à vida. Foram critérios de exclusão a presença de stents convencionais há menos de 6 semanas da cirurgia, stents farmacológicos há menos de 1 ano da cirurgia ou o uso de AAS há menos de 3 dias da cirurgia.

O desfecho primário do estudo ocorreu em 7,0% dos pacientes no grupo AAS e 7,1% no grupo placebo (RR 0,99; IC 95% 0,86-1,15; p=0,92). Em relação aos desfechos secundários, o desfecho combinado de morte, IAM ou AVC ocorreu em 7,2 e 7,4%, respectivamente (RR 0,98; IC 95% 0,85-1,13; p=0,80) e o de morte, IAM, AVC, TEP e TVP em 8,0 e 8,1%, respectivamente (RR 0,99; IC 95% 0,86-1,14; p=0,90). Nenhum dos desfechos de eficácia isoladamente teve incidência estatisticamente diferente entre os dois grupos. Quando foram analisados os desfechos de segurança, as taxas de IRA e diálise (0,7 vs. 0,4%; RR 1,75; IC 95% 1,00-3,09; p=0,05) e de sangramentos maiores (4,6 vs. 3,7%; RR 1,23; IC 95% 1,01-1,49; p=0,04) foram maiores no grupo AAS. As taxas de sangramentos ameaçadores à vida não mostraram diferença estatística entre os grupos (p=0,26). Em relação aos dois estratos, não houve diferença significativa entre as taxas dos eventos primários, secundários ou de segurança.

Assim, o uso do AAS não preveniu a incidência de eventos vasculares ou reduziu a mortalidade na cirurgia não cardíaca, mas aumentou significativamente a taxa de sangramentos maiores, tanto nos pacientes em uso crônico de AAS quanto naqueles que iniciaram a medicação no perioperatório. Com mais de 10 mil indivíduos, englobando pacientes de risco para complicações vasculares e com, pelo menos, um terço dos procedimentos sendo cirurgias ortopédicas, que sabidamente, são de risco alto de trombose, os resultados negativos do ensaio clínico POISE são bastante robustos e devem mudar a prática clínica. Deve ser lembrado que os pacientes com indicação mandatória do AAS, como os pacientes com stents implantados há pouco tempo, foram excluídos do estudo e continuam sob forte risco sem a medicação. Por isto, a individualização da terapêutica, levando em consideração os riscos do paciente e da cirurgia, com a troca de opiniões entre clínicos e cirurgiões, ainda continua sendo a melhora alternativa para o menor risco para o paciente.

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