Dra. Patrícia Guimarães
O Dr. Michael Reardon apresentou no congresso da American College of Cardiology de 2015 os resultados em 2 anos do estudo que comparou o implante percutâneo de válvula aórtica CoreValve com cirurgia convencional em pacientes com risco operatório elevado.
No estudo CoreValve US Pivotal, pacientes com estenose aórtica grave sintomáticos (classe NYHA maior ou igual a II), de alto risco cirúrgico foram randomizados na razão de 1:1 para receberem TAVI, com o sistema auto-expansível CoreValve, ou cirurgia convencional. 4 tamanhos de próteses estavam disponíveis (23, 26, 29 e 31 mm) acopladas a um sistema de implantação de 18F. As vias de acesso para o implante eram: transfemoral, subclávia ou diretamente na aorta. Na análise após 1 ano de seguimento, publicada em 2014, foi demonstrado que o procedimento de TAVI foi associado a uma redução significativa na mortalidade por todas as causas, em comparação a cirurgia convencional (19,1% vs 14,2%, respectivamente; p=0,04).
A coorte composta por 750 pacientes foi avaliada após 2 anos do procedimento, e foi demonstrado que a taxa de mortalidade por todas as causas permaneceu menor no grupo TAVI, ao se comparar com o grupo cirúrgico (22,2% vs 28,6%, respectivamente; p=0,04). A ocorrência de AVC também foi significativamente menor no grupo TAVI (10,9% vs 16,6%; p=0,05), após 2 anos. Além disso, o desfecho composto por eventos cardiovasculares maiores ocorreu menos frequentemente neste grupo, em comparação com os pacientes submetidos a cirurgia (29,7% vs 38,6%, p=0,01). Estes resultados foram consistentes em todos os subgrupos avaliados. O vazamento paravalvar moderado a grave ainda é uma preocupação com este procedimento, e na análise após 2 anos, esta taxa foi razoavelmente baixa, de 6,1%, porém maior que no grupo cirurgia (p<0,001).
Com a consistência dos resultados após 2 anos de seguimento, a indicação do procedimento de TAVI com o sistema auto-expansível CoreValve para pacientes com estenose aórtica e risco cirúrgico elevado se tornou ainda mais robusta. O principal investigador do estudo sugere que, após essas evidências, TAVI seja considerada não apenas uma alternativa a cirurgia, mas sim a primeira escolha para este grupo de pacientes, e antecipa mudanças nas próximas diretrizes.
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