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AATAC-AF: Ablação por cateter versus amiodarona no tratamento da fibrilação atrial em portadores de insuficiência cardíaca.

Dr. Roberto Rocha Giraldez

A ablação por cateter mostrou reduzir a morbidade e melhorar a qualidade de vida de pacientes com fibrilação atrial (FA) sintomática refratária ao tratamento com medicações. A maioria dos estudos que empregaram a ablação por cateter, no entanto, incluiu pacientes com função ventricular normal e FA paroxística. Apesar disso, um número significativo de pacientes com FA também apresenta disfunção sistólica. Na verdade, a prevalência de FA aumenta com a gravidade da insuficiência cardíaca (IC), variando de 5% em pacientes em CF I até 50% em CF IV. A combinação de FA e IC produz rápida deterioração hemodinâmica e sintomática e o controle do ritmo cardíaco desses pacientes com drogas antiarrítmicas não mostrou bons resultados. Estudo preliminares em portadores de FA e IC submetidos a ablação tem demonstrado resultados promissores, inclusive com melhora da função ventricular. O objetivo do estudo foi avaliar se a ablação por cateter é superior à amiodarona no tratamento da FA em portadores de IC.

O estudo AATAC-AF foi um ensaio clínico multicêntrico que randomizou pacientes com FA persistente por 6 meses e IC CF II ou III com fração de ejeção ≤ 40%. Os pacientes deveriam ser portadores de desfibriladores ou dispositivos de ressincronização cardíaca para a monitorização contínua do ritmo do coração. O desfecho principal do estudo foi o tempo livre de FA, fluter atrial ou taquicardia atrial com duração > 30 segundos. Metas secundárias clínicas (mortalidade global, re-hospitalizações cardíacas pós-ablação), laboratoriais (fração de ejeção) e funcionais (distância percorrida em 6 minutos de caminhada, qualidade de vida) também foram avaliadas.

Um total de 203 pacientes foi randomizado na proporção de 1:1 para tratamento por ablação por radiofreqüência ou amiodarona. A idade média dos participantes foi de 61 anos e 74% eram homens. O tempo médio de FA antes da randomização foi de 8,5 meses e a fração de ejeção de 30%. O diâmetro do átrio esquerdo era de 47mm. Após 26 meses de seguimento, 70% dos pacientes tratados com ablação e 34% dos que receberam amiodarona ficaram livres de recorrência de arritmias (p<0,001). No grupo que recebeu amiodarona, 10,4% do insucesso terapêutico foi relacionado à suspensão da droga por efeitos colaterais. As complicações mais freqüentes com amiodarona foram toxicidade da tireóide (4%), pneumopatia aguda (2%) e disfunção hepática (1%). As taxas de hospitalização (31% vs. 57%; p<0,001) e mortalidade global (8% vs. 18%; p=0,037) foram menos no grupo tratado com ablação.

Ao final do seguimento, os pacientes livres de recorrência das arritmias apresentaram melhora dos parâmetros laboratoriais e funcionais em relação aos pacientes que apresentaram arritmias supraventriculares. A fração de ejeção ventricular elevou-se em 9,6 ± 7,4% no grupo sem arritmia vs. 4,2 ± 6,2% no grupo com recorrência das arritmias. De forma similar, a distância caminhada no teste de 6 minutos aumentou em 27 ± 38% no grupo sem arritmia e, apenas, 8 ± 42% no grupo com arritmias.

Em conclusão, o estudo AATAC-AF em IC demonstrou que a ablação por cateter da FA persistente é superior à amiodarona na prevenção de episódios de FA, reduzindo a internação hospitalar e mortalidade global.

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