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<<HomePHS II: Uso da Multivitamina na prevenção de doença cardiovascular em homens saudáveisufast loans for every one
Autor: Dr. Bruno Biselli
Introdução:
Preparações com multivitaminas são a forma mais comum de suplemento dietético utilizados pela população adulta dos EUA. Existe a ideia que o uso prolongado dessa multivitaminas diminui morbidade, incluindo doenças cardiovasculares (DCV).
Estudos observacionais são inconsistentes em responder essa questão sobre o benefício das multivitaminas, dessa forma, esse foi o primeiro estudo randomizado de seguimento a longo prazo testando a suplementação com multivitamina no risco de DCV.
Métodos:
Estudo randomizado, placebo-controlado e duplo cego, utilizando diariamente multivitamina comum (Centrum Silver) associado a vitamina C e E. Foram incluídos na analise 14.641 médicos homens dos EUA com idade inicial ≥ 50 anos. Os desfechos primários do estudo foram incidência de evento cardiovascular (infarto não-fatal, acidente vascular cerebral não-fatal, DCV fatal) e de câncer. Desfechos secundários foram doenças oculares e função cognitiva.
O seguimento médio foi de 11,2 anos e a aderência a medicação estimada em 77% em 4 anos, 72% em 8 anos e 67% no final do estudo.
Resultados:
O grupo multivitamina incluiu 7.317 indivíduos e o grupo placebo 7.324. Idade média dos indivíduos randomizados foi de 64,3 (desvio padrão 9,2) anos. As características de base dos indivíduos foram semelhantes nos dois grupos.
Não houve diferença entre os grupos com relação aos desfechos cardiovasculares. No grupo multivitamina ocorreram 876 eventos cardiovasculares maiores comparados com 856 eventos no grupo placebo (HR 1,01, IC 95%, 0,91-1,10; p=0,91). A mortalidade total no grupo multivitamina foi de 1345 e no grupo placebo de 1412 (HR 0,94, IC 95%, 0,88-1,02; p =0,13).
Por outro lado, verificou-se uma redução relativa estatisticamente significativa de 8% na incidência total de câncer na população que utilizou multivitamina (HR 0,92; IC 95%: 0,86-0,99; p=0,04). Câncer de próstata reprentou cerca da metade de todos os câncer na população estudada (a maioria deles em fase inicial), sem diferença entre os dois braços (HR, 0,98, CI 95%, 0,88-1,09, p = 0,76). Na exclusão do câncer de próstata da análise, a redução de incidência de câncer foi ainda mais reduzida no braço multivitamínico (HR, 0,88, 95% CI, 0,79-0,98, p = 0,02).
Conclusão e Perspectiva:
Os resultados do estudo PHS II em médicos de meia-idade do sexo masculino demonstram que a ingestão diária de um multivitamínico resultou em uma diminuição pequena, mas estatisticamente significativa de câncer em mais de 11 anos de seguimento, especialmente quando excluído câncer de próstata. Não houve diferença em desfechos cardiovasculares.
Este é um dos maiores estudos randomizados sobre o tema, demonstrando um efeito benéfico sobre o câncer com o uso diário de multivitaminas. Além disso, o único grande ensaio randomizado que avaliou o impacto a longo prazo do uso de multivitaminas em desfechos cardiovasculares.
Os autores salientam que o estudo fora realizado com uma população de médicos masculinos que aparentemente apresentavam bons hábitos alimentares e estilo de vida na sua maioria. Dessa forma, não se sabe os efeitos no risco de doença cardiovascular da multivitaminas em mulheres, em homens jovens, ou populações com déficits nutricionais.
Dada a natureza da pílula utilizada (combinação de multivitaminas), é impossível saber se um componente específico ou a combinação em sinergia foram responsáveis pelos efeitos benéficos sobre o câncer. Da mesma forma, é possível que uma dieta equilibrada, com uma elevada proporção de frutos e vegetais, podem proporcionar benefícios semelhantes no câncer. Assim, as multivitaminas não substituem outros hábitos de vida que comprovadamente são benéficos como parada do tabagismo, pratica de atividade física, controle de peso e dieta saudável.
Desenvolvido pela Diretoria de Tecnologia da SBC - Todos os Direitos Reservados
© Copyright 2012 | Sociedade Brasileira De Cardiologia | tecnologia@cardiol.br
Autor: Dr. Bruno Biselli
Introdução:
Preparações com multivitaminas são a forma mais comum de suplemento dietético utilizados pela população adulta dos EUA. Existe a ideia que o uso prolongado dessa multivitaminas diminui morbidade, incluindo doenças cardiovasculares (DCV).
Estudos observacionais são inconsistentes em responder essa questão sobre o benefício das multivitaminas, dessa forma, esse foi o primeiro estudo randomizado de seguimento a longo prazo testando a suplementação com multivitamina no risco de DCV.
Métodos:
Estudo randomizado, placebo-controlado e duplo cego, utilizando diariamente multivitamina comum (Centrum Silver) associado a vitamina C e E. Foram incluídos na analise 14.641 médicos homens dos EUA com idade inicial ≥ 50 anos. Os desfechos primários do estudo foram incidência de evento cardiovascular (infarto não-fatal, acidente vascular cerebral não-fatal, DCV fatal) e de câncer. Desfechos secundários foram doenças oculares e função cognitiva.
O seguimento médio foi de 11,2 anos e a aderência a medicação estimada em 77% em 4 anos, 72% em 8 anos e 67% no final do estudo.
Resultados:
O grupo multivitamina incluiu 7.317 indivíduos e o grupo placebo 7.324. Idade média dos indivíduos randomizados foi de 64,3 (desvio padrão 9,2) anos. As características de base dos indivíduos foram semelhantes nos dois grupos.
Não houve diferença entre os grupos com relação aos desfechos cardiovasculares. No grupo multivitamina ocorreram 876 eventos cardiovasculares maiores comparados com 856 eventos no grupo placebo (HR 1,01, IC 95%, 0,91-1,10; p=0,91). A mortalidade total no grupo multivitamina foi de 1345 e no grupo placebo de 1412 (HR 0,94, IC 95%, 0,88-1,02; p =0,13).
Por outro lado, verificou-se uma redução relativa estatisticamente significativa de 8% na incidência total de câncer na população que utilizou multivitamina (HR 0,92; IC 95%: 0,86-0,99; p=0,04). Câncer de próstata reprentou cerca da metade de todos os câncer na população estudada (a maioria deles em fase inicial), sem diferença entre os dois braços (HR, 0,98, CI 95%, 0,88-1,09, p = 0,76). Na exclusão do câncer de próstata da análise, a redução de incidência de câncer foi ainda mais reduzida no braço multivitamínico (HR, 0,88, 95% CI, 0,79-0,98, p = 0,02).
Conclusão e Perspectiva:
Os resultados do estudo PHS II em médicos de meia-idade do sexo masculino demonstram que a ingestão diária de um multivitamínico resultou em uma diminuição pequena, mas estatisticamente significativa de câncer em mais de 11 anos de seguimento, especialmente quando excluído câncer de próstata. Não houve diferença em desfechos cardiovasculares.
Este é um dos maiores estudos randomizados sobre o tema, demonstrando um efeito benéfico sobre o câncer com o uso diário de multivitaminas. Além disso, o único grande ensaio randomizado que avaliou o impacto a longo prazo do uso de multivitaminas em desfechos cardiovasculares.
Os autores salientam que o estudo fora realizado com uma população de médicos masculinos que aparentemente apresentavam bons hábitos alimentares e estilo de vida na sua maioria. Dessa forma, não se sabe os efeitos no risco de doença cardiovascular da multivitaminas em mulheres, em homens jovens, ou populações com déficits nutricionais.
Dada a natureza da pílula utilizada (combinação de multivitaminas), é impossível saber se um componente específico ou a combinação em sinergia foram responsáveis pelos efeitos benéficos sobre o câncer. Da mesma forma, é possível que uma dieta equilibrada, com uma elevada proporção de frutos e vegetais, podem proporcionar benefícios semelhantes no câncer. Assim, as multivitaminas não substituem outros hábitos de vida que comprovadamente são benéficos como parada do tabagismo, pratica de atividade física, controle de peso e dieta saudável.
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