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Orientações para o início das manobras de RCP por telefone aumenta as chances de sobrevida pós-parada cardíaca

Autor: Humberto Graner Moreira

A implementação de fornecimento de diretrizes para iniciar uma ressuscitação cardiopulmonar (RCP) por telefone aumentou significativamente o número de testemunhas que iniciam as manobras de RCP e a sobrevivência pós-parada cardíaca, de acordo com uma pesquisa apresentada no congresso da American Heart Association (AHA) de 2014, em Chicago, nos Estados Unidos.

As diretrizes da American Heart Association pedem que atendentes dos serviços de emergência forneçam as instruções de RPC por telefone passo-a-passo àqueles que ligam para o 911 requisitando atendimento para uma parada cardíaca (http://circ.ahajournals.org/content/125/4/648.full). Essas diretrizes foram implantadas pelos serviços de atendimento de urgência no Arizona, EUA de modo eficaz. Após isso, os pesquisadores analisaram mais de 4.000 gravações de áudio do 911 em oito centros de atendimento no Arizona por um período de três anos e compararam com os dados do atendimento pré-hospitalar e hospitalar. As diretrizes para as recomendações por telefone para RCP da AHA foram passadas aos atendentes do 911 através de uma abordagem integrada de protocolos baseados em diretrizes, materiais de treinamento interativo, coleta de dados e um programa de aperfeiçoamento contínuo da qualidade do atendimento e das recomendações.

Os resultados desse estudo mostraram um aumento relativo de 41% (de 44% para 62%) do início das manobras de RCP antes da chegada da ambulância, associado a uma diminuição no tempo para se iniciar compressões torácicas de 178 para 155 segundos após a chamada telefônica. Além disso, a sobrevida (alta hospitalar) aumentou em 42% (de 7,9 para 11,2%).

Esta é uma atitude simples, mas que exige treinamento dos centros de atendimento de emergência nos casos de parada cardiorrespiratória. Segundo a AHA, setenta por cento dos norte-americanos se sentem impotentes para agir durante uma parada cardíaca porque eles não sabem como administrar RCP. Essa ação relativamente simples, onde a atendente orienta pessoas leigas o início adequado das manobras, antes da chegada da ambulância ao local, aumentou em quase 50% a taxa de sobrevida nesses pacientes, mostrando ser uma ferramenta relativamente barata e eficaz no cenário do atendimento pré-hospitalar das paradas cardiorrespiratórias.