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Estudo GLAGOV: Efeitos do Evolocumab na progressão da aterosclerose coronariana.

Autor: Bruno Paolino.

O Dr. Steven Nissen, da Cleveland Clinic, de Clevelando, nos EUA, apresentou os dados do estudo GLAGOV, que testou a adição do Evulocumabe à terapia com estatina. O estudo mostrou que, em pacientes com doença arterial coronariana sintomática, a terapia combinada com evulocumabe e estatina foi capaz de reduzir a placa aterosclerótica de forma significativa, na comparação com a terapia isolada com estatinas.

Os inibidores da Pró-proteina Convertase Subtilisina/Kexina tipo 9 (PCSK9) são a nova esperança para o tratamento dos pacientes com doença aterosclerótica, pois reduzem de maneira muito agressiva o LDL colesterol e, por isso, podem reduzir a progressão da placa de ateroma. O efeito desta menor colesterolemia, no entanto, na progressão da doença aterosclerótica ainda não havia sido testada.

O GLAGOV (The GLobal Assessment of plaque reGression with a PCSK9 antibOdy as measured by intraVascular ultrasound) foi um ensaio clínico randomizado, controlado por placebo, duplo-cego que incluiu 968 pacientes em 226 centros de 32 países do mundo. Pacientes com doença coronariana estabelecida em uso de doses altas de estatinas foram submetidos a um ultrassom intravascular (IVUS) indicados clinicamente e, se houvesse lesão entre 20 e 50% em uma coronária, foram randomizados para receberem o inibidor da PCSK9 evolocumabe 420mg/mês ou placebo por 78 semanas. O desfecho primário do estudo foi a mudança no percentual do volume do ateroma (PAV) medido por um novo IVUS feito no fim do estudo. O desfecho secundário incluiu o percentual de pacientes que demonstraram regressão entre as medidas.

No início do estudo, a média d LDL colesterol foi de 93mg/dL e, no fim do estudo, os pacientes do grupo alcançaram 29mg/dL de LDL, enquanto os pacientes do grupo placebo tinham média de LDL 90mg/dL. A progressão da doença aterosclerótica foi significativamente alterada com o inibidor da PCSK9, com o PAV regredindo no grupo evulocumab e aumentando no grupo placebo (-0,95% vs. +0,05, respectivamente; p=0,0001). Uma taxa maior de pacientes no grupo evulocumabe apresentaram regressão da placa aterosclerótica, na comparação com o placebo (64,3% vs. 47,35; p<0,0001).

Desta forma, o GLAGOV foi o primeiro estudo que demonstrou benefícios dos inibidores da PCSK9 sobre a placa aterosclerótica, ainda que seja um desfecho substituto. Este ensaio clínico enche de esperança a comunidade cardiológica para os estudos com desfechos clínicos que virão, como o estudo FOURIER e o ODYSSEY, com o evulocumabe e alirocumabe, respectivamente, e que estão em fase final de acompanhamento dos pacientes. Outra questão muito importante que ficou ainda mais claro neste estudo é que, para o LDL colesterol, definitivamente a frase "quanto menor, melhor" continua absolutamente verdadeira.

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