Autora: Dra. Patrícia Guimarães
No contexto de cirurgia cardíaca, as doenças pericárdicas são prevalentes no pós-operatório e podem evoluir para complicações graves como tamponamento cardíaco, algumas vezes requerendo novas intervenções. A síndrome pós-pericardiotomia decorre de uma reação imunológica após incisão no pericárdio e consiste numa pericardite, geralmente com derrame pericárdico de baixo volume e os pacientes normalmente apresentam alguns sintomas como febre e dor torácica. Já o derrame pericárdico pós-operatório inicialmente pode não ocasionar sintomas e, devido a presença de maior volume de liquido, evoluir para tamponamento cardíaco.
O POPE 2 foi um estudo randomizado, duplo-cego, placebo-controlado conduzido em 10 centros na França que incluiu 197 pacientes com derrame pericárdico moderado a importante entre 7 e 30 dias após cirurgia cardíaca. Teve como objetivo avaliar se uso de colchicina teria efeito na redução do volume de derrame pericárdico pós-operatorio.
O derrame pericárdico pós-operatorio é uma condição grave, tendo em vista que muitas vezes os pacientes não apresentam sintomas e há possibilidade de evolução para tamponamento pericárdico. Já foi demonstrado previamente que o uso de colchicina foi efetivo para outras condições pericárdicas, como pericardites e síndrome pós-pericardiotomia. Entretanto, no presente estudo não foi demonstrado benefício do uso da colchicina para redução do volume de derrame pericárdico e risco de tamponamento cardíaco. O autor do estudo sugere que o fato do mecanismo do derrame pericárdico pós-operatório não ser apenas inflamatório pode ser uma possível explicação para os achados.
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