Autor: Dr. Humberto Graner Moreira
Resumo: Em pacientes com IAMSSST, a angioplastia orientada apenas pela angiografia coronária foi associada a maiores taxas de revascularização coronária em relação à estratégia de se usar a angiografia associada a reserva de fluxo fracionada (FFR), de acordo com os resultados do estudo FAMOUS-NSTEMI.
Grandes estudos publicados recentemente tem consolidado cada vez mais o papel da FFR em guiar a angioplastia coronária em pacientes com doença arterial coronária crônica. No entanto, existe poucos dados na literatura relação ao uso desta técnica em pacientes com coronariopatias agudas.
O FAMOUS-NSTEMI foi um ensaio clÃnico randomizado  e multicêntrico que incluiu 350 pacientes com IAMSSST para decisão de revascularização miocárdica guiada por angiografia convencional ou por guiada por FFR. O desfecho primário do estudo foi o percentual de pacientes mantidos em tratamento clÃnico.
Foram incluÃdos pacientes com pelo menos uma estenose luminal ≥30% avaliada visualmente (limiar para a medição do FFR). A FFR foi medida, mas não revelada, no grupo guiado apenas por angiografia. Os pacientes eram encaminhados para revascularização (percutânea ou cirúrgica) quando a FFR ≤0,80. A mediana para realização da angiografia foi de 3 dias.
De acordo com os resultados, a proporção de pacientes tratados clinicamente foi maior no grupo guiado por FFR (22,7%) do que no grupo guiado por angiografia (13,2%), p =0,022. A posterior divulgação do resultado do FFR resultou em uma mudança na estratégia de tratamento em  21%. Ao final de um ano, a revascularização miocárdica permaneceu menor no grupo FFR (79% versus 86%). Além disso, não houve diferenças estatisticamente significativas nos resultados clÃnicos e qualidade de vida (desfechos secundários) entre os dois grupos, com uma tendência a melhora da qualidade de vida no grupo guiado por FFR.
Os investigadores concluem que, em relação à abordagem convencional exclusivamente angiográfica, a medição rotineira de FFR em pacientes com IAMSSST é viável e segura.Â
O estudo, no entanto, não teve poder estatÃstico para quantificar adequadamente eventos cardiovasculares maiores (MACE), mas abre as possibilidades para um grande ensaio clÃnico randomizado para definitivamente avaliar a eficácia de uma estratégia guiada por FFR em pacientes IAMSSST.
Editor-chefe
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Co-editores
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Humberto Graner Moreira
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VÃdeo
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