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O impacto da monitorização remota em portadores de insuficiência cardíaca com dispositivos eletrônicos implantáveis

Autor: Prof. Dr. Roberto Rocha Giraldez.

Em sessão dedicada à insuficiência cardíaca (IC) esta manhã no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia em Roma, dois estudos não demonstraram vantagens da monitorização remota por dispositivos eletrônicos implantáveis em relação ao acompanhamento ambulatorial na evolução de portadores de IC.

A IC é uma doença de rápido crescimento em todo o mundo associada a um aumento da morbimortalidade e piora da qualidade de vida, além de representar um alto custo para o sistema de saúde. O emprego de dispositivos de ressincronização cardíaca isolados ou em combinação com desfibriladores implantáveis demonstrou reduzir a mortalidade e re-hospitalização nesse grupo de pacientes. A despeito do avanço proporcionado por essas intervenções, no entanto, o risco residual de portadores de IC permanece ainda muito elevado, exigindo o desenvolvimento de novas medidas para reduzir suas complicações. O uso desses dispositivos para a monitorização à distância pode representar um avanço nesses pacientes por permitir a instauração de medidas preventivas ou terapêuticas para melhorar a evolução na IC.

Os ensaios clínicos MORE-CARE e REM-HF avaliaram o efeito da monitorização eletrocardiográfica à distância mais frequente em relação ao acompanhamento ambulatorial em 865 e 1,650 portadores de IC, respectivamente. No estudo REM-HF a monitorização foi semanal, enquanto os dispositivos implantáveis foram interrogados a cada 4 meses no estudo MORE-CARE. Independente da frequência da avaliação remota, nenhum deles identificou qualquer diferença entre os grupos ativo e controle em relação aos desfechos clínicos de mortalidade global ou hospitalização cardiovascular (MORE-CARE: HR 1,02; IC95% 0,80-1,30; P=0,889; REM-HF: HR 1,01; IC95% 0,87-1,18; P=0,87) depois de mais de 2 anos nos dois estudos. A despeito de ter demonstrado um aumento das visitas ao serviço de emergência para avaliação do dispositivo eletrônico no grupo sob vigilância remota (HR 3,53; IC95% 2,19-5,68;P<0,001), o estudo MORE-CARE mostrou uma redução significativa da utilização dos recursos do sistema de saúde em pacientes telemonitorados (HR 0,62; IC95% 0,58-0,66:P<0,001), principalmente às custas de uma diminuição das visitas médicas.

Em conclusão, a monitorização remota não foi capaz de melhorar a evolução clínica de portadores de IC com dispositivos implantáveis, mas, reduziu as visitas médicas com redução dos custos do sistema de saúde.

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