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Cinquentenário da Técnica de Ressuscitação será em Belo Horizonte

A comemoração mundial pelos 50 anos da descoberta da técnica de ressuscitação cardiopulmonar que já salvou dezenas de milhares de vidas, será comemorado neste domingo, dia 26, durante o 65º Congresso Brasileiro de Cardiologia, no Expominas. Para o evento, marcado para as 16,40 horas, virá ao Brasil o norte-americano Vinay Nadkarni, que no dia 18 de outubro divulgará para o mundo inteiro as novas Diretrizes de Emergência Cardiovascular, um manual que ensina aos médicos, enfermeiros e para-médicos as técnicas que, aplicadas corretamente, aumentam de 3% para 33% a chance de que um infartado sobreviva ao ataque cardíaco. Nadkarni trouxe para o Congresso um vídeo de uma das primeiras ressuscitações cardíacas feitas no mundo, em 1957.

"As técnicas de compressão torácica, de respiração boca a boca e de uso do desfibrilador são vitais para o Brasil", diz o cardiologista Sergio Timerman, porque talvez metade dos 315 mil brasileiros que morrem a cada ano em decorrência de doenças cardíacas seriam salvos, se houvesse mais gente preparada para o atendimento dessas emergência. O cardiologista diz que a ressuscitação é tão eficaz, que nos Estados Unidos adolescentes e até crianças estão sendo treinadas, pois que se verificou que muitos infartos ocorrem em idosos, geralmente avós, que estão cuidando dos netos em casa, e cuja única esperança é que a criança mantenha o coração do idoso batendo, enquanto não chega a equipe de resgate.

Timerman, que integra o Comitê de Emergência da American Heart Association, conta que há exatos 50 anos dois médicos norte-americanos e um engenheiro experimentaram pela primeira vez a compressão (massagem) cardíaca em infartados cujo coração tinha parado de bater. "A manobra deu certo", conta ele, mas como o infartado continuava sem respirar, um dos médicos, Guy Knickober, que ainda está vivo, iniciou a respiração boca a boca para garantir a oxigenação do sangue do paciente.

Cinquenta anos depois, a técnica salvou a vida de milhares de pessoas. Exemplo é o Metrô de São Paulo, cujo pessoal, treinado por técnicos da Sociedade Brasileira de Cardiologia, passou de um índice de 3% de sobrevivência de infartados, para 38%, índice que continua se elevando.

Timerman explica que quando uma artéria do coração entope, causando o infarto, o coração pode parar repentinamente, mas também ocorre que o infarto cause uma arritmia que acaba levando também à parada cardíaca.

Dez Minutos Fatais

Quando isso acontece, diz, a possibilidade da vítima sobreviver diminui em 10% a cada minuto, se não for feita a manobra de ressuscitação. "Se o atendimento demorar mais de 4 minutos, mesmo se recuperado, o paciente sofrerá seqüelas neurológicas, isto é, parte do cérebro não mais funcionará". Depois de 10 minutos após a parada cardíaca, nem os melhores médicos e hospitais são capazes de recuperar a vida, pois a morte já ocorreu.

"Como é quase impossível que o socorro chegue em menos de 10 minutos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia passou a treinar médicos, enfermeiros, integrantes de CIPAS, gente que trabalha em estádios, estações rodoviárias, aeroportos, shoppings e até em Universidades, para que façam o "basic life support", isto é, para que mantenham o coração batendo até a chegada do pessoal especializado".

Para salvar essas vidas, vários Estados tornaram obrigatória a existência de desfibriladores em shoppings, estádios de futebol, etc., e Timerman diz que os equipamentos hoje são muito amigáveis, o desfibrilador orienta, através de uma gravação, como checar o pulso, a respiração, como colocar os eletrodos no paciente e como dar o choque salvador.

Esses desfibriladores estão disponíveis no Expominas, onde também estão sendo ministrados cursos de ressuscitação, ministrados com bonecos que "sofrem" enfarte, parada cardíaca, e cujo peito tem que ser massageado pelos alunos.

Fonte: Assessoria de Imprensa
Jornalista Responsável: Luiz Roberto Queiroz

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