A SBC abrirá cursos para formação de monitores em São Paulo e no Rio, explica o coordenador de Emergências, Antonio Carlos Carvalho
O lançamento do livro do ‘TECA L’ – que é o Manual de Treinamento de Emergências Cardiovasculares para Leigos, será feito durante o congresso de Brasilia e logo em seguida a Sociedade Brasileira de Cardiologia abrirá os cursos para formar os monitores a quem caberá a multiplicação do conhecimento de ressuscitação cardiovascular entre a população leiga do Brasil inteiro.
Para o professor Antonio Carlos Carvalho, da Escola Paulista de Medicina, que é o coordenador de emergências e dos cursos de reanimação da SBC, a entidade maior dos cardiologistas já treinou milhares de médicos e outros profissionais da Saúde para o atendimento de casos de parada cardiorrespiratória, especialmente infartos, e chegou o momento de começar a treinar a população leiga.
“O problema quando ocorre por exemplo um infarto que provoca a parada cardíaca, é que a janela para o início da massagem cardíaca, da desfibrilação e dos demais procedimentos é muito pequena, no máximo 10 minutos”, explica o especialista. Acontece que quando alguém cai, infartando ou sem respirar por ter engasgado com um pedaço de alimento, raramente há um médico capacitado ao atendimento no local, diz o professor Carvalho, “e cabe ao leigo presente manter a vida do paciente, nos 15 minutos que em média costuma demorar para chegar a equipe do SAMU ou outro grupo que possa dar o atendimento”.
O ‘TECA L’, sistema desenvolvido no Brasil, levando em conta as peculiaridades do país, tem como objetivo treinar o público leigo para diagnosticar emergências como infartos, arritmias, paradas cardiorrespiratórias, derrames, choque anafilático, crises violentar de asma e ensinar tanto as manobras de ressuscitação (massagem cardíaca), como o eventual uso de um desfibrilador, que hoje já está disponível em shoppings, estações rodoviárias, arenas de futebol e mesmo edifícios comerciais.
O presidente da SBC, Angelo De Paola, explica que o curso é necessário porque o Brasil registra a cada ano 344 mil mortes por causas cardiovasculares, um total bem maior do que as mortes causadas por câncer e por acidentes. Parte significativa dessas mortes será evitada se a população tiver treinamento adequado para atender a emergências, como ocorre nos Estados Unidos, por exemplo, onde teve grande sucesso o treinamento dos leigos.
Ainda recentemente os norte-americanos passaram a capacitar até mesmo crianças a fazer as manobras de ressuscitação, levando em conta que é comum que um idoso, avô muitas vezes, esteja em casa em companhia apenas do neto criança, quando sofre um infarto que pode levar à chamada morte súbita.
Para o professor Sérgio Timerman, um dos pioneiros nos Cursos de Suporte Básico de Vida no Brasil, embora haja poucas estatísticas no Brasil, já se comprovou que se alguém sofre uma parada cardíaca no Metrô de São Paulo, onde os funcionários receberam treinamento específico, a possibilidade de sobrevivência ao ataque é de 40%, oito vezes maior do que se o mesmo problema ocorrer numa rua, sem a presença de pessoas treinadas.
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