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PANDEMIA DE DOENÇAS CARDÍACAS É TEMA DO CONGRESSO DE SALVADOR
O aumento explosivo das doenças cardiovasculares fez com que elas se
constituíssem numa pandemia, isto é, uma epidemia que atinge o mundo inteiro
mas, enquanto nos países desenvolvidos tem sido possível reduzir o número de
mortes, eles continuam aumentando em países como o Brasil que, segundo a
Organização Mundial da Saúde, corre o risco de se tornar em 2030 o campeão
mundial de mortes devido ao coração.
Essa colocação é do diretor científico da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, Luiz Antonio Campos, ao explicar porque o 64º Congresso da SBC,
que começa no sábado, em Salvador, se tornou um congresso internacional, com
representantes do mundo inteiro, entre os quais 47 especialistas de outros
países, 17 dos quais pronunciarão palestras sobre as mais recentes pesquisas
e descobertas do mundo, para tentar reduzir as mortes devidas às doenças do
coração. “Só no Brasil, lamentamos 300 mil mortes por ano”, assevera Luiz
Campos, “e elas seriam evitadas se fosse mais eficaz o combate aos fatores
de risco, obesidade, sedentarismo, diabetes, hipertensão arterial sistêmica
e altos índices de colesterol”, entre eles.
O cardiologista insiste que a importância das doenças cardíacas é tão grande
no mundo moderno, que o tema central do Congresso reflete esse fato, pois é
“O Impacto das Doenças Cardiovasculares no Mundo Globalizado”.
Campos destaca também a importância da Cardiologia brasileira e das
pesquisas originais que são desenvolvidas em nosso País. “Os organizadores
do congresso receberam 1.240 temas livres, todos eles resultado de trabalho
inovador de pesquisadores brasileiros, e eles são tão importantes que, mesmo
restringindo ao máximo, 616 foram selecionados para serem apresentados, um
número recorde em eventos desse tipo.
A importância do trabalho brasileiro no campo da Cardiologia faz também com
que já estejam chegando ao Brasil especialistas dos Estados Unidos, da
França, Portugal, Itália, Espanha e até da África, Moçambique, por exemplo,
além de representantes de todos os países latino-americanos. “É tamanha a
delegação estrangeira, que entre os colegas se repete a brincadeira de dizer
que este será o primeiro congresso brasileiro internacional de Cardiologia”,
diz ele.
O congresso é destaque igualmente pelo número de inscrições, 5.240 feitas
através da Internet como pré-inscrições, 9,5% acima do ano passado, que já
teve um total recorde, o que leva à expectativa da presença de 6.500
congressistas, entre os quais 587 são palestrantes, e 15 responderão por
conferências, o mais importante nível de exposição do Congresso, números
também nunca antes igualados.
IMENSO DESAFIO
Embora entusiasmado com o tamanho do Congresso, o presidente da SBC, Antonio
Carlos Palandri Chagas, diz que é necessário um congresso dessa importância
e com a marcante presença internacional, para respnder ao imenso desafio com
que se defronta a Cardiologia brasileira. Esse desafio, diz ele, é conseguir
reduzir doenças como a aterosclerose coronariana e vascular periférica, a
hipertensão arterial sistêmica, o diabetes, a síndrome da insuficiência
cardíaca, doenças prevalentes no primeiro e no terceiro mundo, mas que no
Brasil lamentavelmente tem taxas ascendentes, “o que acende o sinal amarelo,
pois se não controlarmos o problema, teremos em poucas décadas a primazia da
mortalidade cardiovascular do planeta”.
Justamente para impedir que nos anos vindouros continue aumentando o número
de doentes do coração, que a SBC montou, simultâneamente com o Congresso, o
“Museu do Coração”, para ensinar às novas gerações os cuidados básicos para
evitar os fatores de risco e para fazer com que os jovens de hoje não sejam
os cardiopatas do amanhã.
Fonte: Assessoria de Imprensa da SBC
Jornalista Responsável: Luiz Roberto de Souza Queiroz
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