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PROFESSOR DE HARVARD DIZ EM SALVADOR QUE
CORAÇÃO MATA MAIS QUE CÂNCER, NO MUNDO INTEIRO



O professor Peter Libby, de Harvard, anunciou ontem (dia 13), durante o 64° Congresso Brasileiro de Cardiologia que, no mundo inteiro as doenças cardiovasculares passaram a matar mais que o câncer e que cada vez são mais semelhantes a situação do mundo desenvolvido e dos demais países, com exceção da África sub-sahariana.
O problema é até mais grave nos países em vias de desenvolvimento, disse, à medida em que 80% dos óbitos devidos ao coração ocorrem nesses países, principalmente porque ao contrário dos países desenvolvidos, os recursos médicos e medicamentosos ainda não estão plenamente popularizados. E os números são impressionantes, 20 milhões de óbitos anuais, devido a problemas do coração, 5 milhões deles ainda envolvendo o cigarro. No Brasil, são 315 mil mortes a cada ano e mortes evitáveis, insistiu
Libby, que é diretor de Medicina Cardiovascular do Hospital Brigham and Women´s, além de diretor do Centro de Pesquisa Clínica Cardiovascular, em Harvard, foi o responsável pela Conferência Magna do Congresso e fez um alerta de que, após milhares de anos, o ser humano deixou de passar fome, passou a ingerir quantidades crescentes de gordura e vive mais, à medida em que imensas parcelas da população mundial passaram a contar com água tratada.


O resultado é que as doenças cardíacas, que até a década de 1950 atingiam principalmente as classes socioeconômicas de maior nível, agora afetam democraticamente o mundo inteiro. Prova disso é que nos Estados Unidos a ocorrência de problemas cardíacos entre os hispanos está crescendo de tal forma, que a prevalência já se aproxima do nível que se registra entre os brancos. Da mesma forma, a mulher, que estava menos sujeita a problemas cardíacos, hoje está quase tão suscetível como o homem e os fatores de risco continuam crescendo, inclusive na população brasileira, especificou, ao apresentar uma transparência com a capa de uma revista brasileira cujo título principal era “Coração, mudou (quase) tudo”.
Profundo conhecedor do Brasil, pois trabalhou e pesquisou por vários anos no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Libby detalha que, por ordem de importância, morre-se mais no mundo moderno do coração, seguido pelo câncer, pelas doenças respiratórias e pela diabetes, mas ressaltou que o diabetes também leva a doenças cardíacas ou a seu agravamento. Na América Latina, insistiu, o coração já mata mais de duas vezes que os tumores cancerosos.


Para ele, é vital que se controle os fatores de risco, fumo, sedentarismo, obesidade, pressão arterial, colesterol e a síndrome metabólica, entre eles e embora os fatores de risco sejam os mesmos no mundo inteiro, o diagnóstico precoce é muito mais comum nos países desenvolvidos do que nos em desenvolvimento, o que faz com que na América Latina, Brasil inclusive, seja maior a percentagem de doentes cardíacos que acabam morrendo.
“Estamos num período de transição epidemiológica”, insistiu, acrescentando que os cardiologistas devem assumir seu papel de líderes na comunidade e atuar de modo efetivo no sentido de educar a comunidade e promover uma profunda mudança no estilo de vida. Isto assume importância especial, pois há o risco efetivo de que, pela primeira vez na história da humanidade, a atual geração de jovens possa ter expectativa de vida menor do que a população mais adulta.



Fonte: Assessoria de Imprensa da SBC
Jornalista Responsável: Luiz Roberto de Souza Queiroz
 

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